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Leite ou Composto Lácteo?


Nenhuma mãe tem dúvida sobre o que não pode faltar na alimentação do bebê: leite.

Eu também concordo, só que de preferência ele deve ser o materno até os 2 anos de idade. A partir dessa idade a criança poderá fazer a ingestão de outros tipos de leite, sendo o mais comum o leite de vaca.


Só que uma figura, que não é tão nova, tem ganhado espaço nessa situação: o composto lácteo! Sim, caras mamães, quem nunca passou pela consulta do pediatra que indicou esse novo "leite" para as crianças acima de 1 ano? Ai, meu coração, quase infarto quando recebo no consultório uma mãe com esse "leite" (que na realidade não é leite) e foi indicado por um profissional de saúde.


Sim, minhas queridas, olhem o rótulo do produto e vejam se está escrito "Composto Lácteo". Está? Então, infelizmente isso não é leite!

Embora a aparência do pó e as embalagens sejam parecidas, fórmula infantil, leite e composto lácteo são produtos com composições bem distintas, assim como são as faixas de idade das crianças indicadas para o consumo.

Vamos entender as diferenças:

  • Fórmula infantil: alimento artificial indicado para recém-nascidos e bebês de até 6 meses quando a amamentação não é possível ou suficiente.

  • Fórmula de seguimento: alimento artificial indicado para bebês entre 6 e 12 meses quando a amamentação não é possível ou suficiente. Podem continuar a ser utilizadas para crianças de 1 a 2 anos, visto que se aproximam da quantidade de nutrientes do leite materno.

  • Leite em pó: produto obtido por desidratação do leite de vaca integral. Deve conter somente proteínas, açúcares, gorduras e outras substâncias minerais próprias do leite. Não é indicado para crianças menores de 1 ano e não substitui o leite materno.

  • Composto lácteo: produto resultante da mistura de leite (no mínimo 51%) e outros ingredientes lácteos ou não lácteos. Costuma conter açúcar e aditivos alimentares. Não é indicado para crianças menores de 1 ano e não substitui o leite materno.

As embalagens do composto lácteo são muito parecidas com as de leite em pó, isso leva a confusão dos pais, achando que é a mesma coisa. Além disso, o composto lácteo é promovido como opção saudável para crianças, sendo indicado por alguns profissionais de saúde (que nem deveriam ser chamados assim), mas contém ingredientes que não são recomendados para os pequenos, como açúcar e aditivos alimentares (substâncias químicas para dar sabor, manter a textura, evitar que se estraguem mais rapidamente, por exemplo). Então, já entendemos que composto lácteo para crianças é, como disse o pessoal do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), é trocar gato por lebre.


Mas porque ele é vendido?

Porque há brechas na lei, que tornam o seu comércio vantajoso para as empresas.

As empresas não são obrigadas a avisar que ele não é a mesma coisa que leite. Umas empresas alegam que direcionam esse produto para crianças acima de 3 anos, mas sabemos que vários profissionais indicam para crianças a partir de 1 ano. Outra empresa diz que como é um alimento como outro qualquer, ele não tem faixa de idade estipulada e portanto pode ser vendido para quem quiser comprar!!!!

Como é um produto à base de leite, mas que não é leite, ele foge do regulamento rigoroso das fórmula infantis.


Agora sou eu que te pergunto, você ainda acha que o composto lácteo é um alimento nutritivo ou um produto desnecessário?

Se você ainda tem dúvida, vou te ajudar: ele é desnecessário. Se a alimentação da criança for saudável, ela não precisa de nada para complementar. Não é preciso comprar nenhum produto industrializado, um suposto ‘superalimento’. Quanto mais ela comer comida de verdade, quanto mais natural for sua alimentação, melhor estará a sua saúde.


Outro problema: muitos contêm grande quantidade de maltodextrina, um tipo de açúcar com alto índice glicêmico, e as instruções de uso do produto, estimulam o consumo de duas a três vezes por dia. E isso poderia ser um alto valor calórico que contribuirá para a obesidade infantil. Caso seja erroneamente oferecido para crianças menores de 1 ano, a bomba calórica é ainda maior.


Portanto, se seu bebê não está sendo mais amamentado, o melhor seria a fórmula infantil. Após 1 ano de idade podemos manter a fórmula de seguimento ou utilizar o leite comum, na impossibilidade de continuar o uso da fórmula. E o composto lácteo? Ele é desnecessário, não deve ser utilizado em época alguma.

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