Quantas vezes você se sentiu triste e para diminuir essa sensação pediu socorro em um prato de doce, um pote de sorvete? Ou quando se sentiu magoado ou frustado só conseguia pensar em comer até não aguentar mais? E quantas crianças passam por isso?
Como assim? Crianças descontando emoções na comida? Infelizmente, sim! Esse comportamento não é único nos adultos.
Um estudo americano revelou que as crianças também descontam suas frustrações na comida.
Como eles perceberam isso? Bem, eles pegaram 91 crianças e colocaram elas para assistir cenas do filme Rei Leão e analisaram o comportamento delas enquanto assistiam o filme. O trecho feliz foi uma cena em que Simba está cantando "eu não posso esperar para ser um rei "com Nala, o clipe neutro foi uma cena em que todos animais estão indo para testemunhar a chegada do recém-nascido Simba, e o trecho triste foi a cena em que Simba chora a morte de seu pai. As crianças receberam 12 pedaços de chocolates, 36 pedaços de biscoitos de chocolate e 82 pedaços de biscoitos salgado.
O que foi percebido? As mais emotivas tiveram tendência a preferir as comidas mais calóricas como o chocolate e biscoito doce. O estudo conseguiu mostrar que o fator emocional pode moldar o comportamento alimentar das crianças. Tanto em condições felizes como em condições de tristeza, as crianças optaram mais pelo chocolate. As crianças que assistiram as cenas neutras consumiram mais os biscoitos salgados. Vários estudos sobre comedores emocionais mostram que há uma preferência por essas pessoas em relação aos alimentos ricos em gordura e açúcar.
Destaques do estudo:
As crianças comiam chocolates em resposta à tristeza e felicidade.
As crianças comiam mais chocolates em condição de tristeza do que em condições felizes e neutras.
As crianças comeram mais biscoitos salgados na condição neutra do que outras condições.
As crianças mais velhas comiam mais chocolates na condição de tristeza do que as crianças mais novas
Isso abre caminho para que se estude cada vez mais sobre o comportamento alimentar de crianças e a expressão de emoções nesse processo de comer e se alimentar. Chocolate e alimentos ricos em açúcar liberam substâncias que ativam áreas de prazer no cérebro. As crianças que estavam triste tentaram através da comida amenizar esses sentimentos. O que esse estudo trouxe de importante é que devemos prestar atenção aos sentimentos dos pequenos e nunca utilizar comida como forma de recompensa ou moeda de troca, para que a criança não veja o alimento como uma fuga ou como uma compensação. Ajudar a seu filho a entender as diferenças sobre fome (necessidade) e vontade de comer (desejo) é fundamental para uma relação saudável com a comida.
Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666317310796?via%3Dihub.
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