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Alimentação infantil não é brincadeira: de 1 a 6 anos de idade.


Essa fase é denominada pré-escolar. O ritmo de crescimento será menor do que acontece no 1º ano. A partir dessa idade a criança poderá se alimentar da mesma comida que é utilizada pela família, desde que as preparações não tenham temperos em excesso e condimentos fortes.


Se a criança usa mamadeira, aos poucos precisa substituir pelo copo para que aos 2 anos já esteja habituada a só usar o copo. Após esse período vai ficando cada vez mais difícil a retirada e o bico da mamadeira compromete o formato da arcada dentária e da respiração.


Nessa fase é normal acontecer a diminuição ou irregularidade do apetite, isso pode acontecer em dias alternados ou até de uma refeição para outra. É absolutamente normal e vários motivos contribuem para essas alterações: diminuição da velocidade do ganho de peso e crescimento, maturidade neurológica, a alimentação passa a ser segundo plano para a criança com um mundo inteiro a explorar.


Também será normal a ansiedade que essas mudanças geram nos pais, que podem iniciar práticas negativas na alimentação da criança, gerando mais stress nesse momento. Para os pais a diminuição do apetite está ligada a riscos de fraquezas ou adoecimentos e não conseguem entender que essa diminuição de apetite é fisiológica e faz parte do desenvolvimento natural.


Erros comuns:

  • Forçar a criança a comer determinados alimentos ou grandes quantidades de comida.

  • Alimentação monótona (sempre os mesmos alimentos preparados do mesmo jeito).

A insistência nessas práticas é que poderá levar a problemas alimentares na infância e agravamento da situação.


Essa faixa de idade será fundamental para garantir uma saúde e crescimento adequados nas outras fases de vida até a fase adulta. A desnutrição na fase pré-escolar pode levar à alterações físicas, comprometimento no crescimento, demora na expressão da linguagem, diminuição de concentração e resposta a estímulos, comprometendo o aprendizado.


Para resumir: é muito importante se preocupar com a alimentação nessa fase, mas sem exageros. Se sua criança está crescendo tanto na altura quanto no peso de maneira adequada, significa que a nutrição dela está dentro de padrões adequados, mesmo que ela em alguns momentos recuse a refeição.


A quantidade de alimento ingerida agora será diferente do 1º ano. Sua alimentação será criada por hábitos que irão acostumar o organismo a sentir fome em determinados horários. Isso é uma prática cultural que será estabelecida pela família ou por creches e escolas.


Os intervalos das refeições seguem um padrão da quantidade de comida que será ofertada. O tempo contado da hora que se terminou a refeição até a hora que será oferecida a próxima refeição é que dirá quanto de comida será oferecido. Aos poucos a criança vai sinalizando os horários que sente maior apetite e as quantidades que são suficientes para a sua necessidade.


A criança é capaz de regular as quantidades necessárias para o seu desenvolvimento adequado, desde que sejam oferecidos alimentos variados e de qualidade à sua alimentação. As preferências alimentares vão estabelecer os alimentos de maior consumo, mas só se estabelece preferências de qualidade se há uma variedade de alimentos saudáveis para escolher. Não adianta querer que uma criança escolha uma fruta em um fim de semana se diariamente a fruta nunca é ofertada.



Então vamos criar

bons hábitos alimentares?



  • Permitir que a criança mostre a quantidade de alimento que será suficiente em cada refeição. Oferecer a criança pequenas porções e aumentar caso ela mostre querer mais. Assim você vai conhecer o tamanho do apetite e a capacidade de comida que a criança aguenta comer.

  • Variar os alimentos e as preparações. Pratos coloridos são mais atrativos.

  • Evitar ficar beliscando 2 horas antes das principais refeições (almoço e jantar).

  • Nunca ofereça sobremesa como recompensa ou a retire como forma de punição. Trate os alimentos de forma igual.

  • Reduzir o consumo de líquidos durante as refeições para que a criança não fique de barriga cheia antes de terminar a refeição.

  • Conforme a criança for crescendo, deixe que ela coma sozinha e ofereça ajuda de vez em quando. Lembre-se de nessas ocasiões oferecer alimentos que ela conseguirá manipular sozinha ou com pouca ajuda.

  • Não force a criança a comer se ela estiver recusando. E não a castigue por isso também. Não torne esse momento um período de desentendimentos.

  • A criança come o que vê as pessoas da casa comerem. Portanto, a alimentação de todos deverá ser saudável como a que será oferecida a criança. Ter em casa e comer na frente da criança frutas frescas, legumes e queijos criará o hábito desses alimentos fazerem parte do dia-a-dia da família.

  • Oferecer alimentos novos, se houver recusa mude a forma em que eles são apresentados (picado, amassado, cozido). Não desista na primeira vez, pois é normal uma criança recusar até 8 vezes um alimento que depois ela aceitará normalmente. O novo sempre traz desconfiança, respeite o seu mundinho.

  • A hora da comida tem que ser agradável, mas não é a hora de brinquedos e nem televisão. Isso distrai e a criança provavelmente perderá o interesse pela comida.

  • Não estimular o consumo de alimentos na hora de ver televisão. Isso poderá criar o hábito de toda vez que for assistir um programa deverá estar comendo.

  • Manter a presença de verduras no prato, mesmo que ela recuse a comer. Não a force, mas não deixe de oferecer no almoço e na janta.

  • O que dar para a criança? Arroz (ou macarrão, batata, aipim), feijão (ou ervilha, grão de bico, lentilha), carnes (boi, frango, peixe), legumes, frutas e verduras diversas. Comida de verdade.


Vamos evitar:

  • Não retirar o prato da criança com comentários do tipo: “Você não comeu nada!”, “Largou a comida toda!”. Isso pode magoar e gerar frustrações. Criará expectativas que ela pode não alcançar nas próximas refeições.

  • Nunca utilizar doces, balas e sobremesas que a criança adora como forma de premiação ou de castigo. Não valorize o consumo desses alimentos e nem os utilize como forma de conseguir da criança o que você quer.

  • Até os 2 anos a criança não deve comer: petit suisse (o famoso queijinho rosa do potinho vermelho), leite fermentado, balas, biscoitos recheados, café, enlatados, frituras, chocolates. São alimentos que irão ultrapassar a quantidade de açúcar, sódio e gorduras para essa faixa de idade. Além de alguns serem tão coloridos que até para as crianças maiores possuem quantidades absurdas de corante que podem levar a quadros alérgicos.

  • Leite de soja também só deve ser consumido depois dos 2 anos. Lembrando que a soja é um alimento que facilita o aparecimento de alergias, devendo ser consumido com muita moderação.

  • Gelatina também não pode ser oferecida antes de 2 anos pelo excesso de corantes. Lembrando que gelatina de caixinha é um alimento vazio: é apenas água, açúcar e corante.

  • Achocolatados só devem ser utilizados a partir de 3 anos, pela alta quantidade de açúcar presente.

  • Também não é aconselhável achocolatados prontos, aqueles de caixinha. Quanto mais cremoso mais gordura possui, além de grande quantidade de açúcar e aromatizantes que não trazem benefício nenhum para seus filhos.

  • Reduzir o consumo de doces entre refeições.

  • Evitar o uso de açúcar refinado em sucos e leite.

  • Reduzir o consumo de sal.

  • Não oferecer refrigerantes, preferir os sucos naturais, integrais e água.

  • Ninguém deveria consumir salsicha, linguiça, presunto, mortadela e produtos desse tipo. São cheios de sódio e gorduras. Possuem nitrito e nitrato que têm relação com diversas patologias do intestino. Todos da família deveriam evitar, sempre que possível, o consumo destes produtos.

  • Sucos de caixinha devem ser utilizados só em caso de não se conseguir, realmente, oferecer naquele momento um suco natural. E sempre deverá ser o suco integral que não foi adoçado. Nada daquele "néctar" cheio de água e açúcar.

  • E para finalizar, esqueça da existência do macarrão instantâneo. Produto industrializado, pré-frito que possui a quantidade de sódio de um dia inteiro para um adulto, imagine para crianças tão pequenas? É realmente uma das piores coisas que elas poderiam comer.



Fonte:

Nutrição - da Gestação ao Envelhecimento - Vitolo.

Nutrição em Obstetrícia e Pediatria - Accioly, Saunders e Lacerda.

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