Sexta, dia 10/07, fui participar da exposição Sentidos do Nascer e foi muito bom estar lá e participar dessa iniciativa para abrir espaço e se discutir o que é o parto normal e o porquê ele é considerado melhor em muitos casos em que é feito a cesariana.
A exposição está muito bem cuidada, as pessoas que estão trabahando nela são muito amáveis e educadas, tendo paciência para explicar bem a qualquer pergunta. Pensei que ao chegar ficaria em um fila, em pé e no Sol, já que aqui no Rio de Janeiro ela foi montada na Praça Tiradentes.
Só que eles tiveram o cuidado de organizar as pessoas em grupo, através de senhas e, enquanto esperamos chegar a vez, temos uma área com cadeiras e pufs, vários banners informativos e uma sala passando vários vídeos.
Os banners mostram a realidade do nosso país, com dados importantes sobre a realização do parto normal em relação ao número de cirurgias, dados sobre o nascimento, depoimentos e a violência obstétrica que várias mulheres passam sem saber que seus direitos não estão sendo respeitados.
Porcentagem de cesarianas realizadas nas maternidades do Rio de Janeiro
Em se tratando dos vídeos, eles pensaram em várias coisas: vemos campanhas sobre o direito que a mulher tem ao parto com dignidade e a ser tratada com respeito e humanização nesse período, esquetes de comédias que fazem uma crítica muito bem humarada onde a mulher e o bebê não são tratados como os protagonistas deste momento, e o que é mais tocante onde várias pessoas se emocionam e choram, as filmagens de mulheres nessas horas em que suas vidas irão mudar para sempre.
E quantos homens estavam lá para partcipar! Não era um local só de mulheres. Vários casais estavam presentes e se emocionando juntos.
Quando chega a vez do grupo entrar, temos o 1º momento onde tiramos uma foto digitalizada com um bebê imaginário na sua barriga para você se sentir grávida ou grávido (rsrsrs).
No 2º momento vamos a uma loja onde você compra vários produtos fictícios e absurdos que são o ideal de quem quer ter um filho e não quer ter dor, não quer ser acordado de madrugada, não quer deixar de sair, não quer fazer nada pela criança e com isso também não conseguirá ter nada de emoção e carinho em suas vidas. Duas atendentes vendem esses produtos de forma bem humorada onde sempre lembramos de por mais absurdos que sejam, vários deles estão presentes na realidade.
No 3º momento vamos a uma sala, ouvindo o coração do bebê, acompanhamos como uma gestante administra todas as informações recebidas: amigas, mãe, avó, marido, médicos, todos falando o que vai ser melhor pra ela. É uma experiência bem bacana, onde toda mulher que já esteve gestante se identifica e lembra de algum momento em sua vida.
No 4º e último momento, vamos para o útero, uma sala escura avermelhada, onde a voz de um bebê anuncia seu nascimento e nós somos o bebê que sairá por um espaço muito apertado até a luz que enxergamos no final. E nascemos!!! Emocionados, felizes, se sentindo parte de algo tão maior que tudo que possamos imaginar.
No final do dia tem uma Roda de Conversa. Nesse dia que fui, quem estava lá para bater um papo com todos foi o obstetra do Instituto Fernandes Figueira, Marcos Dias, onde ele falou da importância do parto humanizado, dos direitos da mulher e de como esse momento é importante, como esse momento marcará para sempre a vida da mulher, tanto para coisas boas como para situações que elas não merecem vivenciar.
Foi uma experiência maravilhosa e aconselho a quem ainda não foi participar, para ir e tirar um tempinho do seu dia para agradecer a vida e valorizar o amor incondicional que tantas mulheres são capazes de doar e merecem por isso todo respeito, amor e carinho de todos os profissionais de saúde, para que esse momento fique pra sempre como o melhor dia de suas vidas.